Palavras
Escritas, lidas, cantadas
Antigas, novas, inventadas
Sentidas, gemidas, gritadas
Que dizem de tudo no nada
Amigas de boca fechada
Nas bocas abertas vazadas
No canto da bocas surradas
Palavras malditas faladas
Derrubam no chão das estradas
As bocas que ficam fechadas
E elas caem desmaiadas
Na ponta das línguas paradas
De muitas gargantas cortadas
Que teimam em ficar entaladas
Em soluços e arquejos no nada
que rezam, que cantam baladas
em todas as línguas faladas
Benditas, efêmeras, sagradas
no préstimo e poder camaradas
A todas meu muito obrigada!