Controversos

Abre a janela do tempo

É voz é impar é par

O mundo correndo lá fora

E eu já me cansei de esperar

Abre a porta da vida

Pare este trem, porque eu quero saltar

E se o universo não há de parar por mim

Não se incomodem: eu posso pular

Não é que eu seja sempre assim

Só preciso de um pouco de ar

Preciso respirar fora disso, fora d´água

Eu só preciso precisar

Sou a metade do dobro

Da corte sou só o bobo

Um trote, um engodo

Quem não há de concordar?

Finjo fingir que não finjo

O que talvez seja de se admirar

Mas só quero de minha parte

O meu dinheiro de volta

Quando tudo terminar

Alguém talvez diga que é arte

Talvez para me consolar

Esta mania terrível de palavrescamotear

A maioria diz-me louco

E eu que não me contento com pouco

Não digo nunca que não

Ponho na cabeça o chapéu

Do nobre Napoleão

E versejo nas ruas, nas praças

Para os postes, os bancos, o chão

Já me cansei deste mundo

Agora corro atrás de um Raimundo

Com uma pedra na mão

E para não perder a rima

Te pergunto: e agora, João?

Eu que procuro rima para a vida

Fui rimar com solidão...

Rafael Sampaio
Enviado por Rafael Sampaio em 17/04/2009
Código do texto: T1543661
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