UM CERTO ADEUS
Eu deixarei que morra em mim
a vontade de tocar teu corpo levemente.
Deixarei que aflore o medo da verdade,
e o amor que é mais louco... incoerente.
Deixarei a fantasia que existia,
e as palavras que jamais irei dizer,
deixarei que morra o grito rouco,
e aquele encantamento que foi pouco,
que nunca... em nenhum tempo, conseguiu
a sua vida peencher.
Deixarei que fique o choro reprimido,
que irá, voltar na fria madrugada.
Deixarei no ar a mão que acaricia,
o desejo intenso, a paixão alucinada.
Deixarei que morra em mim,
o olhar mais penetrante,
o riso triste, o lembrar distante.
Deixarei a lágrima contida,
que um dia foi de emoção e alegria.
Deixarei a mais querida melodia,
que embalava nossos sonhos
noite à dentro, onde a dança,
da entrega, totalmente,
nos envolvia.
Deixarei o tempo,
naquele espaço,
onde em teu abraço,
eu me perdia.
Deixarei a vida, que escorregou,
entre os dedos meus,
que perdida foi...
quando eu vi no teu olhar...
um certo adeus.