SEM SENTIDO
Hoje vou deixar rolar as letras e palavras,
não tenho dimensão do que farei,
não há inspiração... olhando a lua.
Não há inspiração na brisa fria,
nem há motivação a descrever.
Não há dentro de mim qualquer razão.
Hoje deixarei que o tempo me envolva,
e que as palavras ecoem sem sentido,
descobrirei nelas, algum motivo, alguma beleza?
Saberei o que fazer depois que elas brotarem,
sem sentido, sem coerência, sem vigor algum...
daí decidirei... que direção tomar.
Ou rasgo e apago as letras poucas e a nula beleza
de algum escrito.
Ou farei com que perdurem por um tempo,
expostas a olhares que sábios dirão:
nada entendo do que dizes.
É certo...
Nada há pra entender ou apreciar.
Hoje não há poemas, nem rimas, nem dores, nem amores,
não há saudade ou tristeza... nada há.
Só há o oco, o vazio, o estio de sentidos e sentimentos,
a leveza de uma lágrima, que é teimosa e insistente... sem razão.
Sentimento infértil, que nada gera, nem produz.
Não restou um sonho, nem uma alegria.
Não restou na brisa uma sensação,
não restou sequelas, nem a nostalgia,
nada mais restou, nem desilusão.