SEM SENTIDO

Hoje vou deixar rolar as letras e palavras,

não tenho dimensão do que farei,

não há inspiração... olhando a lua.

Não há inspiração na brisa fria,

nem há motivação a descrever.

Não há dentro de mim qualquer razão.

Hoje deixarei que o tempo me envolva,

e que as palavras ecoem sem sentido,

descobrirei nelas, algum motivo, alguma beleza?

Saberei o que fazer depois que elas brotarem,

sem sentido, sem coerência, sem vigor algum...

daí decidirei... que direção tomar.

Ou rasgo e apago as letras poucas e a nula beleza

de algum escrito.

Ou farei com que perdurem por um tempo,

expostas a olhares que sábios dirão:

nada entendo do que dizes.

É certo...

Nada há pra entender ou apreciar.

Hoje não há poemas, nem rimas, nem dores, nem amores,

não há saudade ou tristeza... nada há.

Só há o oco, o vazio, o estio de sentidos e sentimentos,

a leveza de uma lágrima, que é teimosa e insistente... sem razão.

Sentimento infértil, que nada gera, nem produz.

Não restou um sonho, nem uma alegria.

Não restou na brisa uma sensação,

não restou sequelas, nem a nostalgia,

nada mais restou, nem desilusão.

Dete Acioli
Enviado por Dete Acioli em 16/04/2009
Reeditado em 16/04/2009
Código do texto: T1542760
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