Ta foda não escrever sobre isto.
Toquei com o peito do pé toda extensão das pernas
Deixei a correnteza me levar
Soltei o corpo
Massacrado moído
Duras penas
Não rimam mais comigo
Sou um sorriso
Onde deposito tudo o que for bom
Duas voltas no olhar
Salto sem medo
Sem saber voar
Me jogo ao destino
O trapézio ao meu alcance
Mesmo que não o veja
Na projeção de um futuro
Ouço já os aplausos
Tocarem minhas costas com óleo de andiroba
A segunda pirueta no fim
Relaxo em sonhos
seu toque nos cachos que começam a crescer
Não durmo nunca
Estou sempre alerta
Desbravando
novas descobertas
me alimentam
Não sei mais nadar
nem preciso disto
Flutuo no precipício
Caminho no mormaço
Deste rio
Por sobre as águas
Sou quase nada
Não sou mais meu
Evaporei nos olhos teus.