UM POEMA FUTURISTA
UM POEMA FUTURISTA
Juliana S. Valis
Um poema futurista se atirou
No cais do amor transcendente,
Como se a paz que houvesse na gente
Transbordasse na luz que restou...
E, de fato, no momento inexato,
Em que o poema no mar se afogou,
O carro da vida derrapava no asfalto,
Sangrando como máquina que se humanizou...
E quando você pedirá explicações disso tudo ao universo ?
Quando seu verso revelerá sua face, que não é virtual?
Você caminha entre as horas, como um sonho disperso,
Mas a vida é tão breve, enquanto o pensamento descreve
A trajetória, entre o pranto e o riso, de cada mortal !
Ou, talvez, lá no canto da alma onde a verdade se ativa,
O coração saiba ler os fatos e os sentimentos que vão;
Muito provavelmente, em 2084, já não estarei viva,
Mas ainda estarão vivas essas letras e a força de expressão.