MÃE ÁGUIA
Suas asas de harpias
(Res)guardam a prole madura
Resto de cascas das crias
No ninho ainda perdura.
Fossem filhotes implumes
Cerceia as a(l)titudes
Aborta voos pelos cumes
Temendo caças mais rudes.
O velho ninho em desuso
Conserva seu velho indez
Mas expulsa todo intruso
Que tenta usar o que fez.
Da caça que inda alcança
(Res)guarda a parte mais nobre
Que dá às suas "crianças"
Traços de seu tempo pobre.
Asas de penas resvalas
Pelas esfregas de testas
Nas mudas, indo tão ralas
E a cada dia mais frestas...
Assim passam suas vidas
Aos filhos dos filhos vindos
De todas águias paridas
Só seus filhotes são lindos.