MÃE ÁGUIA

Suas asas de harpias

(Res)guardam a prole madura

Resto de cascas das crias

No ninho ainda perdura.

Fossem filhotes implumes

Cerceia as a(l)titudes

Aborta voos pelos cumes

Temendo caças mais rudes.

O velho ninho em desuso

Conserva seu velho indez

Mas expulsa todo intruso

Que tenta usar o que fez.

Da caça que inda alcança

(Res)guarda a parte mais nobre

Que dá às suas "crianças"

Traços de seu tempo pobre.

Asas de penas resvalas

Pelas esfregas de testas

Nas mudas, indo tão ralas

E a cada dia mais frestas...

Assim passam suas vidas

Aos filhos dos filhos vindos

De todas águias paridas

Só seus filhotes são lindos.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 15/04/2009
Reeditado em 16/04/2009
Código do texto: T1540821