Pingos no chão
Estava preso no fundo do baú
Todos os caroços do angú
Subiu quebrando corrente
Feito larva efervecente.
Não respeitou a censura
Nem olhares de ternura
Transbordou em líquido
O que era sólido no espírito.
Umideceu o cimento
Desabando o firmamento,
Fez da pedra um argumento
Em seu peito cinzento.
Sem esforço gota por gota
Situação afoita
De repente o rio levou
Tudo aquilo que guardou.
E os rios se encontraram
No grande mar,os abraçaram
E os peixes nadaram livremente
Cada um brotando sua semente!