Hoje...


Hoje nada sou,
só existo como frestas
de janelas buscando o sol.
 
Hoje aqui não estou,
mas acredito na possibilidade
de um púbere arrebol.
 
Hoje deitei num outono
de folhas vencidas pelo tempo,
vento frio, noites sem sono.
 
Hoje minh’alma gravita
ao redor dos fios da lua,
canta, chora e grita...
 
Deixou-me abandonada,
enfastiou-se do meu corpo
ancestral e cansado.
 
Hoje sou chuva fina, temporal...
Terra alagada, poça estagnada!
Hoje estou atemporal,
acordei o passado...
 
12/04/2009

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 15/04/2009
Reeditado em 16/10/2009
Código do texto: T1540169