na corda bamba
eu não tenho certezas
consumiram-se na minha pressa de ter este e aquele mundo
o vazio tomou-me como escrava
por mais que eu queira desencarcerar-me ele derreia em mim
como um daqueles instrumentos que não sabemos usar
e que nos magoam quando tentamos improvisar
depois são os passos que não consigo dar
estremeço a cada tentativa de me levantar
pernas bambas que escoraram um corpo a amortecer
entrego-me a ti vazio e já não quero saber o que vou perder
entrego-me como uma nubente inconformada
açaimada no seu grito do "basta"