Sem ter de te matar em mim
Deve haver
uma maneira de te matar em mim
sem eu ter de morrer
Deve surgir
um jeito de explodir o coração
sem implodir o peito arfante
Sem repetir-me em tropeços e quedas
Deve nascer
uma forma de te matar em mim
sem eu ter de morrer
Antes oco e seco
do que esta dor represada
Sem pranto
que seja alívio, desaguamento
Deve existir ou devo inventar
uma maneira de morrer
sem ter de te matar em mim?
De nós dois
seja eu o hospedeiro descartável
Que a viúva negra
me sacrifique após o prazer
Sejas tu a luz no fim do túnel
aos que vêm atrás
sonhando que o amor é doce fogueira