invisível
incorpóreo
embocas de mansinho nos meus pedaços de dia
e eu desobrigo-me dos meus pensamentos
para caminhar nesse mundo que criámos
um pequeno mundo onde comportam tantas partilhas
um mundo à parte onde acendemos as novas velas
fechamos os olhos
e trocamos palavras ou silêncio
e o silêncio é tão mais precioso
tão mais cru tão mais nosso
perduramos invisíveis não importa
somos cúmplices da nossa ingenuidade
e peregrinamos por esses mundo apócrifos
mas iluminados por nós
pois se é tão fácil estar à cavaqueira com a lua o mar e as estrelas
é-o também contigo
mesmo que um dia com o teu silêncio