O canto solitário

O canto solitário

Ao chegar da noite,

um som ecoa em meus ouvidos de forma marcante.

Pássaro!!! Ah, ser de beleza rara.

Seu canto me transmitia uma solidão.

Parecia estar só no mundo,

mas mesmo assim continuava o seu canto.

Canto de solidão,

canto de se encontrar só,

canto de vazio.

Mas cantava,

cantava por estar vivo,

cantava para se comunicar,

mesmo que fosse a respeito de sua solidão.

O seu canto mesmo parecendo solitário,

era um presente aos meus ouvidos.

Num dado momento, esse ser, de intensa beleza,

se calou.

Será que percebeu que não estava só?

Que seu canto, mesmo parecendo triste,

era um presente a alguém?

Será que sentiu-se escutado?

Pássaro, continue seu canto,

assim te escuto e não estarás mais só.

Cante, cante para a solidão se evaporar.

(Ana Rita de Cássia Tavares) março de 2009