Um mergulho no verde juazeiral

Esses pontos verdejantes que pintam de beleza uma terra

Rachada pelo sol e pela solidão de um abandono histórico.

É a prova da resistência nordestinamente revolucionária,

Enraizada no berço de uma batalha pessoal e coletiva.

Com o peito cheio de alegria cada vez que os vejo,

Sinto-me mais um, que vive e sobrevivi em tons de cinza

Verdejando-se no brilho da gota do orvalho de cada manhã,

Renascendo a esperança que brota do torrão das minhas raízes.

És refugio para um corpo cansado e uma mente aberta,

Pernoite para um viajante alado e um solitário sonhador,

Juramentos do amor de jovens em velhas cicatrizes,

E dono da cor que encanta e que multiplica sonhos.

Sertão... Ser tão forte... Resistência, inerência e consciência...

Que a chuva vem de cima, de baixo, dos lados e de nós.

Somos filhos, pais, irmãos e semelhantes a um juazeiro,

Que teima em ficar verde diante da escassez de justiça.

Mas o trovão vai soar no planalto e o barulho será tão alto,

Que acordará a casa inteira. E todos sairão pra ver um céu azul e lindo,

Derramando gotas de esperança numa aquarela de novos tempos,

Invernando o meu sonhar sertanejo na primazia de um verde juazeiral.

É um mergulho além do tempo, é um transbordar de sentimentos,

É o alumiar dos olhos da criança refletindo um futuro promissor.

É um cantar de alegria, um cheiro assim sabe... De nordeste ideal,

É um gosto gostoso na boca e lindo como um verde juazeiral!