Versos loucos
Escrevo os meus poemas,
com a força da dor que vem da alma,
com essa raiva que me assalta
a todo instante, de repente...
e me arrebenta o peito
em desvairados solavancos.
Sou como fera, que ferida uiva
para a noite, para a lua,
e que se esconde
e sofre sua dor,
até que a natureza
aja e a ferida cure...
Sou como uma louca,
que em seu desatino se consome,
e se perde, em fantasias tão reais...
em pesadelos intermináveis,
mesmo ao raiar do sol
e à luz do dia...
Meu alento são meus versos imprecisos,
que muitas vezes, tímidos e indecisos,
se apresentam, devagar, nos meus cadernos...
Outras vezes, arrojados e insolentes,
gritam bem alto o que minha alma sente...
transformam as palavras em navalhas,
cortando fundo,rasgando, sangrando
com raiva e fúria,
toda a vida à minha frente.