quebradas as asas

míseros instantes

os poemas não ligam mais pontes

as letras não unem palavras

o tédio domina a mão da alma

não escreve mais histórias

não ressuscita sonhos

quebradas as asas

abraço o sarcasmo e a ironia

desta massa falida do tempo

o de ontem não sobrou um poema

tudo se misturou

virou agonia

neste intervalo bastardo

apesar do que vivi

do pouco que aprendi

paro para pensar

quem sabe para tentar existir

não sou mais usina

nem vulcão em erupção

meu tear não tece mais emoções

os fios perderam a sensibilidade

e a poesia ,a respiração

hoje sou terra árida

onde planto blocos de concreto

sem qualquer encantamento

sem saber se este é meu mundo

nesta rotina falida

que não acerta minha rota

não faz um dia inteiro

nem mais 1 dia.

10/05/06

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 10/05/2006
Reeditado em 10/05/2006
Código do texto: T153594