quebradas as asas
míseros instantes
os poemas não ligam mais pontes
as letras não unem palavras
o tédio domina a mão da alma
não escreve mais histórias
não ressuscita sonhos
quebradas as asas
abraço o sarcasmo e a ironia
desta massa falida do tempo
o de ontem não sobrou um poema
tudo se misturou
virou agonia
neste intervalo bastardo
apesar do que vivi
do pouco que aprendi
paro para pensar
quem sabe para tentar existir
não sou mais usina
nem vulcão em erupção
meu tear não tece mais emoções
os fios perderam a sensibilidade
e a poesia ,a respiração
hoje sou terra árida
onde planto blocos de concreto
sem qualquer encantamento
sem saber se este é meu mundo
nesta rotina falida
que não acerta minha rota
não faz um dia inteiro
nem mais 1 dia.
10/05/06