Cenas Tropicais – VII

Corrente alternada, entreveros & risos,

Sinergia na fala decapitada, luzes...

Menção de temperos & afrodisíacos, teso,

Mais luzes cobrindo sombras malfeitas

Palavras demais em bocas de pequenos

Fumaças & bebidas espalhadas em copos

O balcão traga em asco o vinho roto

Alternativa toca um blues na Quiz

Gavião pendurado na antena pela tarde

Rastro de chuva, descontroles neurais,

Faísca saindo pela boca, gozo interrompido...

Lancinante ferroada em bolso vazio

Passa sem dizer boa noite e ainda reclama

Gengiva machucada, boca seca, solidão...

Garrafas boiando no fim do mar, ostras...

Cinismo latente no meio intelectual

Páginas que choram a história perdida

Ondas sexuais, fuga da vagina alada,

Vazio temporário para ler Ave de Pedra

Coloque num livro o ego maldito

Fechando a primeira hora, mesmo atrasado

Idéias roubadas, agulhas para vinil,

Tantos gritos soltos no ar noturno

A chuva não veio, nem mesmo o silêncio,

O olhar enviesado para quem escrever

Além de bater continência pela verga

Madeira boiando atrás das garrafas

O uivo da vagina ecoando na gare

Onde foram parar todas as canetas

Engolidas pela estupidez mercantilista

E por mais que se peça, tudo vira merda,

Efeitos que englobam a falta de cultura

Chupadas no pescoço, jorros de sangue,

Se a água faltar o cérebro frita

Rindo sentado com todos os demônios

Na opinião daqueles que pouco vicejam

Orgasmos sinfônicos pela avenida vazia

Ajam garrafas ou mesmo sintéticos

Folha de palmeira na rabeira do vulcão

Todas as fomes do mundo não evitam guerras

Escutem, a nave-mãe pede socorro!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 10/05/2006
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