O mesmo sabor do vinho.
Uma taça de vinho
Na varanda enluarada
Eu sentado ali sózinho
Aguardando a madrugada.
Num sigelo papelzinho
Com a caneta prateada
Escreve esse versinho
Ao recordar minha amada.
No jardim a rosa calada
O luar escondendo o espinho
A minha alma enamorada
A sonhar com um carinho.
A noite bate em retirada
E a brisa sopra mansinho
A lua toda acanhada
Coração falando baixinho.
Mais uma frase é criada
Com o mesmo sabor do vinho
Uma poesia apaixonada
Que dá o recado certinho.
E se aproxima a alvorada
Eu já ouço um passarinho
Um coração em cavalgada
Eu passei a noite sozinho.
Então vejo a flor orvalhada
Na encosta do caminho
E a relva toda molhada
Do sereno que caiu de mansinho.
Minha alma em revoada
Volta agora ao seu ninho
Foi a noite e a madrugada
Já é de manhã cedinho.