O mesmo sabor do vinho.

Uma taça de vinho

Na varanda enluarada

Eu sentado ali sózinho

Aguardando a madrugada.

Num sigelo papelzinho

Com a caneta prateada

Escreve esse versinho

Ao recordar minha amada.

No jardim a rosa calada

O luar escondendo o espinho

A minha alma enamorada

A sonhar com um carinho.

A noite bate em retirada

E a brisa sopra mansinho

A lua toda acanhada

Coração falando baixinho.

Mais uma frase é criada

Com o mesmo sabor do vinho

Uma poesia apaixonada

Que dá o recado certinho.

E se aproxima a alvorada

Eu já ouço um passarinho

Um coração em cavalgada

Eu passei a noite sozinho.

Então vejo a flor orvalhada

Na encosta do caminho

E a relva toda molhada

Do sereno que caiu de mansinho.

Minha alma em revoada

Volta agora ao seu ninho

Foi a noite e a madrugada

Já é de manhã cedinho.

Pedro Nogueira
Enviado por Pedro Nogueira em 12/04/2009
Código do texto: T1534848
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