O POETA
O poeta é um artista, tal qual, um pintor,
Difere deste, apenas porque pinta,
Por meio da poesia, o amor e a dor...
Do amor.
Não usa cores pré-definidas,
Mas pinta co’as cores dos amores e dores,
Dos espinhos e flores,
Da aquarela da vida.
É um artista de cuja fronte, como suor,
Lágrimas descem sem gemido.
É um escultor em cujas mãos, como argila,
As palavras tomam forma e sentido.
O poeta é também um malabarista,
E das noites de luar, autodidata.
Equilibra-se no punhal da saudade,
Parece ter saído inteiro,
Mas por dentro, o punhal o fere,
Quase o mata.
Assim é o poeta... Um artista de rua.
Que faz da poesia aconchegante guarida.
Queime do poeta toda poesia,
Mas não o tire o dom,
Pois assim fazendo...
Estão tirando-lhe a vida.