OLHE AS MARCAS
OLHE AS MARCAS
A quem olha agora?
Enquanto o tempo devora lembranças?
Tento tanto me ver fora,
Mas sou um nas multidões,
Numa terra sem flora.
E seu olhar ainda vê esperanças?
Ou esquecera você de lembrar,
De resgatar as marcas que o tempo deixou?
Eu acho que me vou embora pra outro lugar,
Longe do reflexo daquele espelho,
Que reflete coisas sem nexo,
As marcas do tempo e o ridículo do chorar.
Agora pode chorar da vida e rir também,
Mas viva, nem tão ávida, este é meu conselho.
Porque ela marca impiedosamente.
E antes que você perceba lá estão os sinais,
Mas o castigo não está na vida,
Está em você enquanto ela passa,
Que não pode convencê-la da sua dor.
E você neste reflexo impiedoso,
Parece um tormento, não é mesmo?
Incessante atroz e doloroso.
Mas, a que olha senhora,
Que tão convulsivamente chora?
Se outrora tinha beleza,
Hoje nem tão destra natureza.
Walterbrios 7/4/2009
Inspirado no poema MARCAS DA VIDA
De Marcos Sergio T Lopes