Voos rasos
Somos como aquele casal de passarinhos
Que voava cada um do lado de um muro
Sabiam que outro voava no mesmo alinho
Mas a transladar o muro nenhum se sentia seguro
E por uns tempos voaram lado a lado
Apenas uma barreira impedindo seus sonhos
Até que um deles sentiu-se cansado
Aos poucos seus anseios tornaram-se enfadonhos
Ainda hoje essa história repete-se com muitos casais
Que só tranpõem esse muro na sua imaginação
A distância que os separa impede de fazê-los ousar mais
Saciando-os apenas em versos de saudade e tesão
Um dia quando a poesia não mais contentar
E a vontade de estar com o outro não arrefecer
Ir para o outro lado do muro um deles terá de ousar
E de tantos arrulhos de amor um ninho irá se fazer