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Cansei.

Não quero mais falar sobre isso.

Escrever é um desabafo.

A revolta inunda meu ser,

tenho vontade de gritar,

de chutar,

de ofender,

de chorar.

No silêncio da madrugada me fiz acordar.

Acordar e pensar.

Pensar que tudo foi em vão,

dedicação,

responsabilidade,

entrega,

pesquisa,

publicação,

divulgação,

participação,

amizade,

presença,

... tudo foi em vão, tudo inútil.

Cansei de promessas, da falsidade das pessoas.

Você é valorizado ou é sugado?

Será que o valor aparentemente dado é apenas uma forma de uso,

apenas um meio com o fim de aproveitar?

Fico a me perguntar: aproveitar?

Até quando?

Isto terá um fim?

O Estado existe para o homem ou o contrário?

Aquele que trabalha para o Estado é considerado homem ou Estado?

Sendo Estado tem deveres de Estado e deveres de homem?

Sendo homem tem deveres de Estado, mas não tem direitos de HOMEM?

Somos peças de uma máquina administrativa sim, mas apenas isso?

Somos desprovidos de sentimento,

de vontade própria?

Temos apenas o dever de ser peça de uma engrenagem para fazer com que a máquina funcione?

Somos seres inanimados, sem direito à vida com dignidade, perto das pessoas que amamos e dos nossos familiares?

Estamos ao bel-prazer de pessoas que não conseguem ver além do “domínio”?

Somos apenas objetos destinados a funcionar para que Eles perpetuem e não sejam incomodados no seu “poder”?

Pessoas... promessas, mentiras, falsidade, egocentrismo, insensibilidade inabilidade:

Incompetência.

Tenho vontade de virar sucata,

Tenho vontade de ser uma peça imprestável,

mas minha dignidade não me permite

e a tristeza não tirará a minha vontade de lutar.

Que a engrenagem continue funcionando,

mas, a partir de agora,

terá o grito, o ranger desta peça que ainda vive,

que ainda pulsa,

que pensa, que tem liberdade,

que sabe dos seus direitos

e por eles vai lutar

até que a Justiça se faça presença.

Os homens fazem o Estado.

As peças fazem a máquina.

Edson Tavares
Enviado por Edson Tavares em 10/04/2009
Código do texto: T1533016
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