"PREPOTÊNCIA" Poema de Flávio Cavalcante

“PREPOTÊNCIA”

Poema

De

Flávio Cavalcante.

I

Sou dono de mim

Sou dono de tudo

Sou dono de ti

Sou dono do mundo

II

Tenho tudo o que eu quero

Nado em mar de dinheiro

Eu sou um rei como o Nero

Ando num grande veleiro

III

Sou o senhor grande rei

Eu sou o todo poderoso

Me sinto muito bem, eu sei

No dinheiro sou pegajoso

IV

Mas falta algo em mim

Um vazio imaginário

Penso muito em um fim

Sinto-me muito solitário

V

Gosto de muito requinte

Sou arrogante demais

Quando vejo um pedinte

Viro o rosto para trás

VI

Aprender dizer o sim

Com letras bem desenhadas

Procurei dentro de mim

Esta página foi arrancada

VII

Se o dia está fechado

Isto não é problema meu

Se estás incomodado

Este é um problema seu

VIII

Não me considero prepotente

Nem tampouco mal encarado

Eu sei que sou inteligente

E você um desgraçado

IX

Um pobre de alma escura

Igual a um prepotente

Vai ver seu corpo doente

E apodrecer na sepultura

X

Vai viver na escuridão

Até um dia se arrepender

Curtindo muita solidão

Depois que o corpo morrer

XI

Um dia que isto acontecer

Serás um vitorioso

Receberás por merecer

A mão de um amigo valioso

XII

Um amigo de luz incandescente

Um anjo feito amor

Trazendo consigo uma patente

Cedida por nosso senhor

XIII

E conhecerás um largo caminho

De amor, caridade e paz

Sem lama, sem dor, sem espinho

Amar ao próximo satisfaz

XIV

A claridade ofuscará os olhos teus

E ouvirás anjos cantando em louvor

A principal fonte do amor

Sua majestade, o grande Deus

XV

Mas se quiseres continuar

Permanecendo em teu erro

Na opulência vais sempre ficar

Preparando teu próprio enterro

XVI

Retroagir é burrice

Depois que tudo aprendeu

Como queres sair da imundice

Se ainda não se arrependeu?

XVII

Sem amor não se anda

Agindo com prepotência

Se vive numa demanda

Sofrendo em convivência

XVIII

Ser feliz para dar

Ser fidalgo para amar

Sempre aprender andar

Numa reta sem parar

IXX

Só depende de você

O lugar para onde vais

Você fez por onde merecer

O lugar aonde estais

XX

Eu sei que te arrependeste

Mas não queres admitir

Sai do mal que por fim morreste

E todo amor vens sentir...

XXI

Prepotência não leva à nada

Acorda, que amar é o caminho

Tem tantos querendo uma vaga

E deitar neste teu ninho...

(Fim).

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 10/04/2009
Código do texto: T1532403
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