Em silêncio.
Nos lugares de ontem, sem teus olhos, sem teu corpo.
Marcas nos lençóis ainda quentes de paixão,
sem tuas cores e nós, segue o solo, de uma nota só.
Lívido de flores brancas. Se incompreensíveis de rouquidão, digamos apenas com gestos (ainda que o nosso legado seja a geração do silêncio).
Se abatidos de estupor que reste em nós a dádiva do assombro.
Dos dias menores que nos reste o melhor,
nos lábios sem sabor, lembre ainda que há doce e fel.
Em nós o vazio de dias vindouros,
sem amor, sem ouro.
Em teus braços o calor do meu corpo,
há de um dia voltar, ao lugar onde não estarei.
E lá permanecerá para sempre, em silêncio.