Dias Apunhalados
Os dias absurdos e sem cor
Não resplandecem no coração
A flauta do poeta emudeceu
È longe o tempo da canção
Quizera apunhalar estes dias sombrios
Com o meu punhal de prata
E queimá-los em fogueiras públicas
Entre cantos medievais
"Dias de ira", como diria
O anacoreta, debruçado
Sobre pergaminhos desbotados
"Os sonhos fortalecem nas tormentas"
E criam asas temperadas
Com destino de voar
O mal tem a virtude
De acordar o bem
O bem desperto
Remove o mal da terra
Não me afastarei de tí ó luz
Que faz nascer o doce na maçã
Casa a abelha e a flor
E borda o ouro na manhã
Pois o senhor virá
Realinhar os homens
E abençoar o justo
E nas voltas do tempo
Eles se abraçarão
Com os teus e os meus poemas.