O coração selvagem.
Quem te assalta a inconsciência
E te preenche o sono?
Quem arrebata em plena decadência
E faz soar o verbo?
Quem te arrasa o chão e a coerência
E faz brotar a rosa?
Quem te arrasta volúpia e indecência
E te devolve casta?
É a angustia que te percebe
Ou o ovo oco da desgraça?
Quem te come com fome de homem
Também se chama verme.
Quem te xinga, humilha e te intriga
Deseja e te inveja.
Quem se cala preenche toda sala
De silencio reverente.
A dor que cala o verme
É a vida que te salta
Urra, assanha e mata.
Êxtase que você consente.