Sai de Mim
Sai, sai, sai da minha vida
Coisa infame de sete peles
De duas caras, sai de mim
Vem, vem, vem pro meu lado
Gato garbo de sete vidas
De face terna, vem pra mim
Sai, te vai, cai de vez daqui
Da beira daquele abismo
De fundo fundo sem marfim
Vem, faz, tem aquele pescoço
Delicado, tenro, donde pende o
Amuleto de sete vezes sete gerações sem fim
Sai, xô, jaz em teu leito podre
De pedra fria, porosa, enxofre
Tumba de vermes, tantos assim
Vem, faz, traz mais daquele mel
Escorrido em mármore belo
Que espelha só a beleza de mim
Sem medo, sem fim
Ó traste, sujo pedregulho
Que me livra e deixa-me do bom a fim