Avesso

Ouço a morte me chamar

Com um sussurro leve

Que eleva minha alma

Mas também me faz temer

É estranho entender

Que esse mesmo medo já me atacou

Quando comecei a morrer

Quando comecei a ver o sol

Meu corpo tão frágil quanto vidro fino

Já não suporta o peso da consciência

Essa que já está tão suja

E tão inundada de lágrimas alheias

Eu nunca fui quem eu sou

Sempre fui reflexo do meu próprio egoísmo

Da minha dor

E agora posso falar livre e em paz

Admito,também chorei

Mas foi um choro forçado

Junto com uma vontade interna de rir

Mesmo que da desgraça de outro

E o meu sorriso também é falso

É produto dessa mente perturbada e trancafiada

Que o usava como janela para ver a luz

Mesmo que muitas vezes em vão

Inari
Enviado por Inari em 08/04/2009
Código do texto: T1529346
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