Avesso
Ouço a morte me chamar
Com um sussurro leve
Que eleva minha alma
Mas também me faz temer
É estranho entender
Que esse mesmo medo já me atacou
Quando comecei a morrer
Quando comecei a ver o sol
Meu corpo tão frágil quanto vidro fino
Já não suporta o peso da consciência
Essa que já está tão suja
E tão inundada de lágrimas alheias
Eu nunca fui quem eu sou
Sempre fui reflexo do meu próprio egoísmo
Da minha dor
E agora posso falar livre e em paz
Admito,também chorei
Mas foi um choro forçado
Junto com uma vontade interna de rir
Mesmo que da desgraça de outro
E o meu sorriso também é falso
É produto dessa mente perturbada e trancafiada
Que o usava como janela para ver a luz
Mesmo que muitas vezes em vão