Poesia para uma pedra

Soaroir de Campos

Foi recostada num sopé que ouvi

Ao longe um insistente batimento

Descompassado e meio aflito

Assuntei contra a direção do vento.

Meu peito vibrava noutra freqüência

Perguntei “quem está aí aposto?”

Com amiudada repetição sai

Na vã busca por um rosto.

Diante do silêncio continuei

Tropecei e abaixei o olhar

“Uma pedra falante!”, exclamei...

E parei para escutar:

- “Sou teu coração que nada deseja

Perdido nas encostas sem saída

Só quero voltar para o teu peito

E de novo ter uma vida”.