OS QUE NÃO TEMEM NEM MAGOAM

Você me adivinha, ou eu invado você?

Andamos de mãos dadas na contramão

os carros vindo, a toda, os faróis e buzinas

e nós feito fantasmas felizes, corremos e

damos risadas desatinadamente...

ganhamos o dia, barriga cheia é bom

porque espanta o vazio da alma

pés leves como em sonho singrando

os mares do asfalto,

a noite ainda boceja, acordando devagar

e agora é só desfrutar do sereno e da brisa

e sorrir com nossas bocas muito escancaradas...

metálicas formas na ponte rumo ao nada

faremos amor nos vãos das escadas

e depois cairemos nas águas do mar

pedaços de lua boiando em nossos corpos vitrificados

placentas nutrindo os peixes-bebês , mistérios marinhos...

rolaremos nas areias mornas e depois dormiremos

abraçados no sonho prometido aos puros

aos que não temem nem magoam

enquanto o mar ruge suas intemperanças

e a Terra dá sua volta e traz um novo dia...

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 08/04/2009
Reeditado em 22/05/2011
Código do texto: T1528189
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