DESPERTAR

DESPERTAR

Entreabrindo pouco a pouco

As pálpebras sonolentas,

Vem-lhe um pensamento louco

Entre idéias poeirentas.

Oscitando bem baixinho,

Sob o lençol despreguiça.

Vem o sol devagarinho

E com seus raios o atiça.

Ao deslizar sobre o leito

Soerguendo-se lentamente,

Os batimentos no peito

Agitam-se de repente.

No ar, o aroma acre-doce

De frutos já sazonados,

Um apetite lhe trouxe

Dos seus amores passados.

Mas, o tempo, lhe acenando

No espelho com um sorriso,

Vai, no ouvido, sussurrando:

“Melhor ter calma, Narciso!”

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 08/04/2009
Código do texto: T1528165
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.