Pretendes desmatar minhas metáforas
Pretendes desmatar minhas metáforas. Pretendes e dizes a mim
que elas já não me servem de mais nada. Dizes que são bonitas
porém injustificáveis para a vida, esta premissa,
que me persegue. Desejas por tudo
desnudar a minha pele
aspéra a
minha matéria que digo agora
ser naturalmente
anti-semântica
Queres tu cobrir-me de mim, eu, que já sou descoberto em ti
mergulhado em ti,
em amor. Mal sabe
ó minha flor, bem sabe eu minha maravilha,
o quanto que já vou-me
derramando sutilmente
aos pouquinhos... sutilmente
aos pouquinhos...
Despejaria-me a um só golpe
Mas despejar-me-ia em pura mesóclise em
suja teoria]
Vis
metáforas a meus passos
Fariam de mim catastrófe
E tu me verias
turvo
como àquele por-do-sol cintilante
que te surgirias
desfolheando
o péssimo ator
que tem medo
da pena
sutilmente
cair,
antes de mim.