FLOR DOS ANOS

(a Pris, em seu aniversário)

Flor dos meus anos

Neste gozoso dia

Tudo me será felicidade.

Pois, bem sei,

Que o viço de tuas cinqüentenárias pétalas

Que tremula sob a luz da minha janela

Semeará um novo jardim esperança

Remoçando o fogo da meia-idade.

No castelo dos meus sonhos

Onde cultivo tolas vaidades

Sinto teu mais cálido e doce perfume

Despertando na carne cumplicidade

Adormecidas no silêncio espelho

Pois dos bons e maus momentos

Só trago, em mim, felicidade.

Incontáveis momentos vivi

Quarenta e nove verões

Quarenta e nove outonos

Quarenta e nove invernos

Não sei quantos outros irei sobrevir

O futuro sempre me é imprevisível

Só desejo que a promessa do porvir

Presenteei-me com cousas singelas

Para que possa ensinar o que aprendi

Nesta cinqüentenária primavera.

Sinto o alvorecer de nova chama

Adentrando a solidão do quarto.

Estou ébrio do destino

Equilibrista nos lençóis da cama

Prisioneiro das garras do desatino

E do encanto da divina chana.

A ti, devo o esparzir de luz

Que me é sopro de vida

Guardiã dos meus dias

Caminho e desventura

Por onde carrego minha cruz.

Oh! flor dos meus anos

Sei que no jardim da nova era

Onde floresce sonhos e ilusão

Não colherei infortúnios

Pois quanto mais te rego...

Mais bela.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 08/05/2006
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