NÃO TER NADA DE MIM

Quisera eu um fim a que se ter

Dor que vem de uma certeza nefasta

Quisera buscar uma trilha onde encontrasse sonhos

De uma longínqua infância

Quisera eu aprender ser

Amar sem preconceitos e esperas

Saber o que atrás daquela curva virá

Um sorvete colorido tomar

Quisera que os homens fossem meninos

Á ofensas esquecerem

A guerrearem guerras de papel

E a vida verem por lentes feitas de mel

Quisera ainda em super-heróis acreditar

De chuva sem medo me banhar

Assistir a inocência à meia noite passar

Acreditar nas bondades humanas

Quisera saber que mães amam

E ainda amamentam flores

Em seios de amor e ternura

Doce e quentura

Quisera voltar ao tempo

Para abraçar um desconhecido

Comer um ovo frito

Saber apreciar um amanhecer

Quisera eu um colo gigante

Desejos em longa lista Arrolar

Ter vontades supridas

Amar sem receios

E saber minha missão cumprida

Quisera não chegar o depois

Ter mais tempo no agora

Fazer sem pressa e sem demora

Aquilo que há dias estou a adiar

Quisera ser um relógio

A bailar Pelas horas

De ponteiro vestir-me

Só para o tempo contrariar

Quisera viver de esperança

Dormir o sono de criança

Não ter pressa para viver

Saborear meu anoitecer

Deborah Mahara
Enviado por Deborah Mahara em 06/04/2009
Código do texto: T1525367
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