A Lua nem apareceu

Mudei-me. Finalmente tornou-se fato

Carreguei meu coração para outro lugar

Mal acondicionado no meu peito, veio em tantos cacos

Que nem num caminhão-baú deu para transportar

Mas as lembranças vieram todas comigo

Junto com a saudade daquele lugar

Onde por tantos anos considerei meu abrigo

Onde eu realmente pude chamar de lar

As minhas roupas agora cheiram a gasolina

As mesmas que por anos traziam o cheiro do Mar

Meus móveis ainda retêm traços da maresia, ó sina

Minhas narinas a novos odores terão que se adaptar

Meus ouvidos ainda insistem em ouvir o canto dos passarinhos

Que todas as manhãs improvisavam um coro para me acordar

Meus cabelos reclamam que a brisa já não lhe faz mais os carinhos

Que os deixavam revoltos nas manhãs que eu ficava admirando o Mar

A Lua é bem capaz de não aparecer refletida na minha alma a me saudar

Angelo Tomasini
Enviado por Angelo Tomasini em 05/04/2009
Reeditado em 06/04/2009
Código do texto: T1524281
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