Chove-me, Chuva!
Tudo misturado, confuso.
Centenas de pensamentos,
Milhares de sentimentos,
Nenhuma certeza.
O calor frita meu cérebro,
Enseba minha pele,
Molha minha camisa,
Incha meus pés.
Lá fora, nuvens escuras,
Irrompem em ódio e terror,
E anunciam meu alívio.
O céu rasgam a trovoadas,
Misturam-se em devaneio,
Metamórficas.
A poeira já cheira molhada,
O rosto já respira úmido,
O corpo já se fresca ao vento,
Não mais me sinto.
Véus d’água despencam livres,
Em uma dança sensual
Ao sabor do vento.
O corpo se espalha pelo chão.
Lava o ar,
Lava o telhado,
Lava o chão,
Lava-me as entranhas!
Pronto, estou pronto.
Devolva-me a vida,
Renovada, pura, limpa.
Leva-me pela enxurrada!
Estou pronto para tudo,
Como nunca quis estar.
São Paulo, 01 de dezembro de 2008.
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