verso bastardo
Sou mulher da vida
Porque não vivo da morte.
Canto as coisas vivas
E entrego tudo à própria sorte.
Poetizo tudo ao meu redor,
Da natureza tempestiva
À criatura sempre viva;
Tudo o que já sei de cor.
O que está dentro
Está fora
E o que está fora já não demora
Reflete logo aqui dentro.
Sei apenas o que sei,
Do além mais eu desconheço.
Quero mais cantar a vida
Do princípio ao recomeço.
E se o som da dura queda
O meu cantar vier calar,
Deixarei minha arte ir-se embora
Para onde mais quiser morar.