Auto-retrato
Sou o A do mar
Que o luar prateia
Estou na união
Não mera luz, candeia.
Quando conduzo-me
Reduzo-me a pó de areia
E o que um dia foi nascente
Hoje tange, só margeia.
Preciso dizer-lhe, porém protelo,
Pois meu castelo não é teia,
Que me golpeia se não é sincero
O elo que de mim granjeia.
Nas profundezas dos meus anos
Se me engano canta uma Sereia
Que me encanta com seus gestos
E as arestas do meu existir floreia.