Carnal...
Carnal,
Resistindo a idéia de ser humana...
Puramente animal.
Libido insistindo no domínio
Ter a certeza de ser caçadora
Mimetizando-se de caça
Armadilha fatal
Dualidade de essência
Profana e espiritual
Jogo de xadrez
Dama da noite
Ninfa angelical...
Carnal?
Crise psicológica
Meu mundo perdeu a forma
Perdi o ritmo, o estímulo, você...
Não estava preparada para perder de novo
Frustrada, triste, desolada
Sem noção de espaço
Sufoco num colapso real...
Inocentemente carnal
Passar pela transformação da consciência
É uma experiência terrível
Sensível, em carne viva
Tô muito mal...
Mas necessário se fez a desolação
Amar sem fronteiras, sem medos, sem proteção...
É o motivo da invasão
Do meu mundo pela solidão
Repete-se o começo
A semente morre para germinar
Meu ciclo acabou?
Não, nunca floresceu em minhas planícies o amor
Só flores temporãs...
Preciso enterrar meu lúdico
Para sobreviver no real,
Ser eternamente carnal.
Meu agora é um deserto vasto e inóspito
Meu momento atual
Litígio com a felicidade
Meu coração se veste de atrocidades
Serei volúvel, cruel... Apenas carnal.