ACENO À POETISA PORTUGUESA, DISTANTE, DESCONHECIDA....
Palavras bem pesadas, pensadas,
dosadas, sem tantos rebuscamentos
demonstram a pessoa que você é,
direta, poetisa, sem desdobramentos...
Nem sei como retribuir,
se tento dizer isso ou aquilo,
com charme, glamour, estilo,
quero apenas, compensar, deixar fluir...
Mas, digo, que tocas o meu coração manso
navegador de distúrbios e remansos
exulto por ter-te entre os amigos, qual anjo,
tão distinto de tantos outros seres, arcanjo.
Num mundo onde a sensibilidade virou
privilégio de poucos e distância dos poderes.
Quando dizes, "adoro vocês",
não entendo a que outras pessoas te referes.
Vivo intensamente uma única e só solidão
e teu aceno traz a certeza que desato esse nó,
pois, ser sozinho é sufocar-se num seco pó do coração
ferida curável só por um grande e novo amor, em conjunção.
Realinhamento planetário na órbita da emoção...
não há sistema que se alinhe de outra forma, não!
Só o amor modifica e traz o ungüento fecundo
para a cura epidêmica total das querelas do mundo.
Fernando Peltier (para uma poetisa portuguêsa desconhecida)
Serrinha, 24/10/2008, concluída em 04/04/2004.