Grande pássaro

Grande pássaro escondido no vento,

Com imensas asas, atordoadas, lamenta

Todos os castigos que lhe foram imputados

Mas por tão tolos, não lhe cobraram a pena.

Tudo que lhe coube, foram poucos eventos

Voos tristes e rasos em ares serenos

Que de tão débeis lhe furtaram a vontade

Vontade, esta, por voos mais plenos.

Voos rasantes, por matas fechadas

Alguns pousos, firmes, em meio ao destino,

Frágil fez-se seu curto caminho

Alçando suas asas, em voos de passarinho.

Que pássaro frágil é este que se revela

Diante deste imenso e insensato vazio

Vazio de vento e repleto de vontade

Jogando-se, sem medo, em novo desafio?

Li Vaz
Enviado por Li Vaz em 03/04/2009
Reeditado em 05/04/2009
Código do texto: T1521439
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