Grande pássaro
Grande pássaro escondido no vento,
Com imensas asas, atordoadas, lamenta
Todos os castigos que lhe foram imputados
Mas por tão tolos, não lhe cobraram a pena.
Tudo que lhe coube, foram poucos eventos
Voos tristes e rasos em ares serenos
Que de tão débeis lhe furtaram a vontade
Vontade, esta, por voos mais plenos.
Voos rasantes, por matas fechadas
Alguns pousos, firmes, em meio ao destino,
Frágil fez-se seu curto caminho
Alçando suas asas, em voos de passarinho.
Que pássaro frágil é este que se revela
Diante deste imenso e insensato vazio
Vazio de vento e repleto de vontade
Jogando-se, sem medo, em novo desafio?