O som das horas
No teu universo denso de ruídos
o poema áspero arranha o papel
e os fantasmas em tropel
são negras vozes em teus ouvidos.
Mesmo no espaço entre os mundos
onde fogem as galáxias-divergentes:
choram as estrelas nascentes
lamentam-se sóis moribundos.
Ouça! Na poça do dia
pingam líquidas as horas
e no falso silêncio das auroras
pescas a poesia.
♥