O Verme Ensinará

Chove que alimenta

O verme mais sagaz

Consome, suculenta

Poesia, carne e paz!

Se peixe, um cardume

Na terra a desbravar

De água, eis chorume

Do verme, eis o altar!

Baudelaire, Allan Poe,

Varella... angústia?

nada como foi

Tristeza, ao verme, astúcia!

Charmosa depressão

Autista, atmosférica,

Do verme, coração,

refeição cadavérica!

Chove que alimenta

Quem, de nós, se alimentará

Angústia, lamento?

O verme, carcomer-te-á!