Pinça Pincel!
Pincel, pincel
estende tuas cerdas macias
sobre a alva tela.
Sem o véu desse céu
que excede vertentes de luzes,
induzo e te conduzo
mas deixa primeiro eu olhar.
Olhar esse céu azul
do azul mais cerúleo
que alguém possa pensar,
manchado de floco branco
aglutinando e dispersando
nuvens no ar.
Olhar esse céu escuro
carregado que esconde
faísca ao se chocar,
magoado se jorra em pranto
e me torna refém
hipnotizada no olhar.
Agora é escolher pra pintar.
Flutuando sobre blocos brancos
ou expandindo em relâmpagos
o que desejo pinçar?
Pincel pintando meu céu
deu branco, deu cinza,
quero ar, mais ar!
Pinta, pinça pincel
meu semblante,
quero saber nesse instante
qual céu no meu rosto há.