A casa do silêncio
Silêncio na madrugada
Nesta casa há silêncio
Apenas quebrado
com os meus passos
Levemente impelidos
E pelo som baixo do rádio
Arrasto a cadeira
Do meu lugar habitual
Ligo o computador
E vejo-o preparado
para os temas do dia
Esses ocorrem de repente
Não me fatigo em suposições
Nem em pesquisas
Vem de repente sem eu saber como.
Descrevo tanto o amor
Serras floridas,
a luz dos olhos
Fontes de aguas correntes
A dor da alma
As alegrias
O passado e o presente
A saudade
Nada me é indiferente
Nem passa dissimulado ao lado.
Estou atenta e viva
Não me falta companhia
Três cachorros amados
Que percorrem a casa
Colados a meu lado
E calados
Parece que sabem
Que é hora de silêncio
Só nós acordados
Dai a nada cada um
no seu sitio ressonam
Alguém nesta casa dorme
na quietação do remanso
Espreito está sereno
Fecho-lhe a porta devagarinho
Nesta casa o silêncio
Apenas é quebrado
Pelo gemer dos moveis
de grossas madeiras antigas
Que não resistem ao calor do estio
E vão dando de si levemente.
É assim
Todos vão dando de si
Coisas e gente
Tenho janelas que
Se abrem para o mar
Parece estar a meus pés
a chamar-me
Ouço-lhe o murmurar
Pelas madrugadas
Agora apenas o silencio
Na rua e cá dentro
E eu que faço aqui
Guardando o amanhecer
Sentada escrevendo
Perdida no tempo
As luzes ainda acesas
A casa parece vazia
Ás vezes pressinto
Que esse esvaziado é só
na minha cogitação
Mas está abarrotada
De lembranças de esperanças
De fés de caprichos de sonhos
Os que já se foram
Deixaram o seu espaço desabitado
Fisicamente apenas
Mas pairam as suas lembranças
As suas sombras que eu sinto
Que me acompanham
Neste diário amanhecer
Em que o sono se esgotou
È um hábito que nasceu comigo
É genético
E dou comigo a sorrir
E consinto essa ilusão
Os seus risos de amor
E uma sensação de presença
Que me aviva o sentimento
de tta
2009-03-31
Silêncio na madrugada
Nesta casa há silêncio
Apenas quebrado
com os meus passos
Levemente impelidos
E pelo som baixo do rádio
Arrasto a cadeira
Do meu lugar habitual
Ligo o computador
E vejo-o preparado
para os temas do dia
Esses ocorrem de repente
Não me fatigo em suposições
Nem em pesquisas
Vem de repente sem eu saber como.
Descrevo tanto o amor
Serras floridas,
a luz dos olhos
Fontes de aguas correntes
A dor da alma
As alegrias
O passado e o presente
A saudade
Nada me é indiferente
Nem passa dissimulado ao lado.
Estou atenta e viva
Não me falta companhia
Três cachorros amados
Que percorrem a casa
Colados a meu lado
E calados
Parece que sabem
Que é hora de silêncio
Só nós acordados
Dai a nada cada um
no seu sitio ressonam
Alguém nesta casa dorme
na quietação do remanso
Espreito está sereno
Fecho-lhe a porta devagarinho
Nesta casa o silêncio
Apenas é quebrado
Pelo gemer dos moveis
de grossas madeiras antigas
Que não resistem ao calor do estio
E vão dando de si levemente.
É assim
Todos vão dando de si
Coisas e gente
Tenho janelas que
Se abrem para o mar
Parece estar a meus pés
a chamar-me
Ouço-lhe o murmurar
Pelas madrugadas
Agora apenas o silencio
Na rua e cá dentro
E eu que faço aqui
Guardando o amanhecer
Sentada escrevendo
Perdida no tempo
As luzes ainda acesas
A casa parece vazia
Ás vezes pressinto
Que esse esvaziado é só
na minha cogitação
Mas está abarrotada
De lembranças de esperanças
De fés de caprichos de sonhos
Os que já se foram
Deixaram o seu espaço desabitado
Fisicamente apenas
Mas pairam as suas lembranças
As suas sombras que eu sinto
Que me acompanham
Neste diário amanhecer
Em que o sono se esgotou
È um hábito que nasceu comigo
É genético
E dou comigo a sorrir
E consinto essa ilusão
Os seus risos de amor
E uma sensação de presença
Que me aviva o sentimento
de tta
2009-03-31