O cio da chuva
Cai a chuva torrencial
Como uma ejaculação do céu
Penetra na rachadura entre as pedras
E deixa macio o lagedo ao léu
Insinua-se serpenteante
Como uma ninfeta em desvario
Depois corre barulhenta
Faz-se correnteza no cio
Deixa seu cheiro de amor à terra
Preenchendo tudo que é buraco
Até que se entrega a um riacho viril
E assim engravida e pari um rio