Pierrot
Na quarta feira de cinzas,
Ele vaga pelo entulho de serpentinas,
A cabeça pesada pela ressaca,
E a fantasia quase toda rasgada.
Vai balançando cantando um samba,
procurando divisar ao longe algum vivente,
Mas todos partiram e ele ficou,
Pra catar os cacos do carnaval.
Vai-se um paetê, depois outro,
Até que do brilho de sua fantasia,
Reste apenas o farrapo sujo,
De uma estôpa mal ajambrada.
É hora de voltar pra realidade.
O carnaval acabou,
A Colombina sumiu,
O samba atravessou,
E o que era doce azedou.