ESTAÇÕES

Era primavera...e os primeiros botões

entreabriram-se no jardim da minha alma.

Como criança, à chegada do Papai Noel,

sorria e sonhava com o seu "presente",

para aninhar-me em seus braços e provar deste seu mel.

Mas o outono se antepôs ao verão de nossos planos

e eu vi acercarem-se do meu jardim

folhas secas, levando-me o sorriso da menina

que espera o apaixonado num cavalo branco,

com porte altivo e de asas longas,

que a levaria a caminhar nos sonhos.

Queda-me os olhos cansados de porquês.

Nada há talvez...Preciso não ter pressa.

Pois a natureza mutante me trará de volta

a beleza das flores que imaginei colher.

Embora eu lamente que não haja dança

das borboletas azuis no meu interior,

perdoa meu amado se lhe trago fardo,

por ser impaciente com o seu sofrer.

Prometo aquietar-me e silenciar meu pranto,

se a você também machuca a flor que não nasceu.

Que o vento leve todos tolos galhos secos,

que a cigarra entoe um canto novo de verão,

que eu espere crédula a nossa primavera,

pois que o inverno é próprio do amor que já morreu.

04/11/2007

Solua
Enviado por Solua em 27/03/2009
Código do texto: T1509845
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.