ESTAÇÕES
Era primavera...e os primeiros botões
entreabriram-se no jardim da minha alma.
Como criança, à chegada do Papai Noel,
sorria e sonhava com o seu "presente",
para aninhar-me em seus braços e provar deste seu mel.
Mas o outono se antepôs ao verão de nossos planos
e eu vi acercarem-se do meu jardim
folhas secas, levando-me o sorriso da menina
que espera o apaixonado num cavalo branco,
com porte altivo e de asas longas,
que a levaria a caminhar nos sonhos.
Queda-me os olhos cansados de porquês.
Nada há talvez...Preciso não ter pressa.
Pois a natureza mutante me trará de volta
a beleza das flores que imaginei colher.
Embora eu lamente que não haja dança
das borboletas azuis no meu interior,
perdoa meu amado se lhe trago fardo,
por ser impaciente com o seu sofrer.
Prometo aquietar-me e silenciar meu pranto,
se a você também machuca a flor que não nasceu.
Que o vento leve todos tolos galhos secos,
que a cigarra entoe um canto novo de verão,
que eu espere crédula a nossa primavera,
pois que o inverno é próprio do amor que já morreu.
04/11/2007