Poemas do fim
O fim vem lento, impressentido,
de um golpe nos alcança,
estraçalha e nos consome.
É o fim.
Sinto o fim chegando manso e cruel,
me alcançando, me envolvendo...
é o fim.
Quem poderá domar a fúria do fim?...
quem poderá resistir à sua mansuetude?... Quem... de nós...
Pobres criaturas de talento obscurecido,
tanto para se amar
e o fim se aproxima dos começos,
quantos ideais perto do fim.
E o fim se aproxima dos...
Vamos aceitar o fim?
“Eu vou aceitar o fim”- você diz.
“Eu não vou aceitar o fim”...
e será que ele aceita recusa?
Temos escolha? Eu vou gritar mais uma vez...
Temos escolha? Você... não... me... responde...
O fim; eu sinto que o fim chegou.
Está decidido, não há mais nada a dizer,
meu destino está traçado, o mundo se congelou.
É isso. O fim. Fim... acabou.
... “não vou aceitar”...
E o fim se aproxima dos...
“Meu skate, minha guitarra, meus livros, meus versos,
meus amigos, meus olhos, minha liberdade...
não vão ter fim.
Talvez o fim os tenha por um tempo.
Só eu vou passar, o resto fica.”
E o fim se aproxima dos...
E o fim, enfim...
Para calar tantas perguntas
e acabar com tanta ignorância...
e alienar, matar, dominar.
Vamos nós...
em direção ao...
...Tudo bem, é minha poesia,
não falo se não quiser.
Minha poesia é a única livre do fim.
Na verdade tudo vai passar...
só minha poesia é livre
e voa como águia para buscar um novo lugar.
E vai, e volta... e volta... e fica...
E fica uma última...
E o fim se aproxima dos...?