Amostra
Veja minha irmã
Que a solidão é real
E os pães endurecem sobre a mesa
Veja irmã minha
Minha carne nua se despedindo de mim...
E os pães endurecem sob a mesa
Veja minha irmã
O tempo vai passando como um trem
Um silencioso trem sem passageiros
Veja irmã minha
Como ignoro os homens que conheço
E me divirto se não lembro de ninguém
Veja minha irmã
Que para mim ninguém é importante
Nem quando amo, ou quando odeio...
Veja que me esqueço de tudo que vivi
Sejam coisas boas ou ruins
Veja que não tenho coração...
Veja que faço doer
A dor dos rejeitados no peito de quem me ama
Na alma de quem me quer...
Ah... minha irmã
Se tu soubesses como gosto de ver lágrimas
E que a morte, minha ídolo, tem medo de mim
Saberia de onde partem meus versos
(se não é dessa calvice
que o tempo sulca em minha cabeça...?)