Amostra

Veja minha irmã

Que a solidão é real

E os pães endurecem sobre a mesa

Veja irmã minha

Minha carne nua se despedindo de mim...

E os pães endurecem sob a mesa

Veja minha irmã

O tempo vai passando como um trem

Um silencioso trem sem passageiros

Veja irmã minha

Como ignoro os homens que conheço

E me divirto se não lembro de ninguém

Veja minha irmã

Que para mim ninguém é importante

Nem quando amo, ou quando odeio...

Veja que me esqueço de tudo que vivi

Sejam coisas boas ou ruins

Veja que não tenho coração...

Veja que faço doer

A dor dos rejeitados no peito de quem me ama

Na alma de quem me quer...

Ah... minha irmã

Se tu soubesses como gosto de ver lágrimas

E que a morte, minha ídolo, tem medo de mim

Saberia de onde partem meus versos

(se não é dessa calvice

que o tempo sulca em minha cabeça...?)

David Souza
Enviado por David Souza em 27/03/2009
Código do texto: T1509262
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